Geologia, geomorfologia e geodiversidade
Na PPLSS encontram-se principalmente rochas granitoides formadas durante a terceira fase da orogenia varisca, há cerca de 290 milhões de anos. Encontra-se igualmente uma reduzida mancha de rochas metamórficas, evoluídas a partir de sedimentos depositados num antigo oceano, atualmente inexistente, entre os 430 a 440 milhões de anos atrás. Os materiais geológicos mais recentes consistem em aluviões atuais depositados ao longo das margens do rio Sousa.
Em termos geomorfológicos, o vale do Sousa é caracterizado como um vale alvéolo, um tipo de morfologia que ocorre em áreas graníticas sujeitas a processos prolongados e alternados de meteorização química e erosão em parte dos últimos 2 milhões de anos.
A instalação deste vale é controlada por várias falhas geológicas, de direção nordeste-sudoeste e noroeste-sudeste, que influenciam o percurso do rio Sousa. Da atividade tectónica resultou um vale essencialmente aberto e aplanado, aproveitado tradicionalmente para a agricultura, no qual se encontram pontuais áreas apertadas e decllivosas, resultantes de atividade tectónica recente. Aí, os movimentos de falhas viabilizaram a instalação de vários moinhos, normalmente com mais de um casal de mós, que aproveitam os desnvíveis locais e o caudal do rio Sousa.
A área da PPLSS contém património geológico relevante. Deste, é possível observar falhas e sua influência no relevo da PPLSS e percurso do rio Sousa, principalmente patente no núcleo de moinhos de Pias e nas proximidades da ponte de Espindo.
No global, foram identificados 7 sítios, quanto ao alor científico, educativo, turístico e vulnerabilidade dos sítios inventariado. A falha da ponte de Pias, o Miradouro do Santuário da Sr.ª da Aparecida e o Miradouro natural da Mata de Vilar, são os sítios com maior valor científico respetivamente.
Um percurso pela PPLSS permite circular pelo passado da Terra, de tempos em que o território de Lousada era um fundo oceânico perto do polo Sul, ao interior de uma cadeia montanhosa semelhante aos Himalaias, ou aos momentos em que o rio Douro e os seus subsidiários se estavam a instalar.
Leituras complementares:
SOARES, L. (1992) – Contributo para o estudo da morfologia das Serras dos Campelos e Maragotos. Revista da Faculdade de Letras – Geografia – I série, vol. VIII. p.163-320. Porto: Universidade do Porto.
NOVAIS, H. (2016). Lousada Geológico: História, toponímia e Património. Lousada: Câmara Municipal de Lousada.